14 janeiro 2010

Zilda Arns morre em terremoto no Haiti

do Terra.com


O comandante do Exército, Enzo Peri, disse nesta quarta-feira que já estão confirmadas 11 mortes, oito desaparecidos e nove feridos. Ele destacou, porém, que esses números mudam a todo momento. Peri faz parte da missão que embarca hoje para o Haiti.

Segundo ele, dois dos feridos estão em estado grave e foram transferidos para a República Dominicana. Às 13h, o centro de comunicação do Exército divulga os nomes dos 11 mortos, todos eles da Força de Paz da ONU.

As famílias dos militares já estão sendo avisadas pelas Forças Armadas e o reconhecimento dos corpos está sendo feito pelo Exército. Os corpos serão removidos para o Brasil, porque seria mais complicado levar os parentes das vítimas ao Haiti, onde não há estrutura no momento.

Peri informou ainda que a base brasileira em Porto Príncipe não foi atingida e as vítimas estavam em outros locais no momento do terremoto.

O militar informou que Zilda Arns, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi soterrada. O sobrinho da médica, senador Flávio Arns (PSDB-PR), viaja para o Haiti junto com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o secretário executivo da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Rogério Sottili.

A mulher do embaixador brasileiro em Porto Príncipe, Igor Kipman, Roseana Kipman, foi a pessoa que encontrou o corpo de Zilda e de um dos militares que a acompanhava.

Médica pediatra e sanitarista, Zilda nasceu no dia 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha (SC). Viúva, era mãe de cinco filhos - Rubens, Nelson, Heloísa, Rogério e Silvia. Ela começou a vida profissional como médica pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta, em Curitiba (PR).

A história da Pastoral da Criança começou em 1982, numa reunião sobre a paz mundial, da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra. O então diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para Infância e Adolescência (Unicef), James Grant, disse ao irmão de Zilda, d. Paulo Evaristo Arns, na época cardeal de São Paulo, de que a Igreja poderia ajudar a salvar a vida de muitas crianças, que morriam de doenças de fácil prevenção, como a desidratação causada pela diarréia.

No retorno ao Brasil, o irmão a perguntou se ela aceitaria desenvolver um projeto deste nível e ela aceitou. Na época, a CNBB indicou d. Geraldo Majella Agnelo, que na época era arcebispo de Londrina (PR), para acompanhar o trabalho, e eles decidiram testar o modelo em sua diocese.

Veja o nome dos mortos e feridos já divulgados:
O Exército divulgou os nomes de quatro vítimas: Bruno Ribeiro Mário (1º tenente), Davi Ramos de Lima (2º sargento), Antônio José Anacleto (soldado) e Tiago Anaya Detimermani (soldado), todos do 5º batalhão de Infantaria Leve, com sede em Lorena (SP). Ficaram feridos o tenente-coronel Alexandre José Santos, da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, de Boa Vista (RR), com escoriações, o capitão Renan Rodrigues de Oliveira, do 6º Batalhão de Infantaria Leve, de Caçapava (SP), com fratura de úmero e fêmur, o 3º sargento Danilo do Nascimento de Oliveira, do 28º Batalhão de Infantaria Leve, de Campinas (SP), com escoriações, o cabo Eugênio Pesaresi Neto, do 28º Batalhão de Infantaria Leve, de Campinas (SP), com escoriações, e o soldado Welinton soares Magalhães, do 5º Batalhão de Infantaria Leve, com fratura no nariz e em uma clavícula.

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