23 dezembro 2009

Advogado diz que Tuna não deve ter sucesso em sua empreitada junto ao tapetão


Advogado diz que Tuna não deve ter sucesso em sua empreitada junto ao tapetão
O advogado Hamilton Gualberto, com larga convivência na Justiça Desportiva, na qual milita desde os anos 80, não acredita na possibilidade de a Tuna vir a disputar a fase principal do Campeonato Paraense. De acordo com o entendimento do causídico, o mandado de garantia que a Lusa pretende protocolar no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) em 4 de janeiro não deverá ter efeito positivo em favor do clube. Segundo ele, até mesmo o instrumento jurídico usado pelos tunantes não é adequado à situação, uma vez que, segundo o advogado, o prazo para a utilização do mandado expirou a partir do momento em que o Cametá foi incluído na primeira fase da competição, com o aval dos demais clubes disputantes.


Na visão de Gualberto, a questão envolve dois aspectos: o ético e o jurídico. 'Como no futebol não existe ética, resta o jurídico e neste caso o certo seria ocorrer a nulidade da primeira fase do campeonato, que voltaria a ser disputada sem a presença do Cametá', diz. O advogado alerta que as equipes derrotas pelo Cametá não poderiam ser prejudicadas, já que enfrentaram uma equipe juridicamente ilegal. 'Por isso entendo que a fase tem de ser disputada outra vez, agora com apenas nove equipes', salienta.


De acordo com o entendimento do advogado, a entrada do Cametá feriu o Estatuto do Torcedor. 'O fato de o Pinheirense ter desistido de disputar a primeira fase não dava à Federação Paraense de Futebol (FPF), o direito de incluir outra equipe na vaga. Isso, sem dúvida, se constitui, na minha opinião, em convite e o Estatuto é claro no veto a esse tipo de atitude no futebol', argumenta. A inclusão do Cametá na etapa inicial do campeonato, segundo Gualberto, envolveu questões políticas e financeiras, já que as rendas nos jogos em Cametá são boas e havia a competição foi disputada em meios às eleições para a presidência da FPF.


No ponto de vista de Gualberto, a eliminação do Cametá não implicaria na reversão dos pontos do time da Terra do Mapará. Agora, se o TJD decidir adotar o critério técnico no julgamento da situação, segundo o advogado, a vaga na fase principal do campeonato ficará com o Castanhal, que se juntaria com aos demais classificados na primeira fase, no caso, Ananindeua, Santa Rosa e Independente.


Adiamento -A Tuna adiou para janeiro o pedido de anulação do campeonato porque o TJD entra em recesso nesta quarta-feira, 23. E, por isso, o caso seria julgado apenas em janeiro. Ontem, o clube da Cidade Modelo também ficou de entrar no TJD, mas com uma Ação Declaratória de Nulidade, pedindo que a primeira fase do campeonato seja toda ela anulada e uma nova disputa organizada pelo departamento técnico da FPF, claro, sem a presença do Cametá, que terminou a primeira fase na primeira colocação, com 18 pontos.


Nunes joga o caso 'nas mãos da justiça'
O presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF), Antônio Carlos Nunes de Lima, afirmou, ontem, desconhecer que o Vênus tenha desistido de participar da fase principal do Campeonato Paraense de 2007 e que o Vila Rica tenha, na época, pleiteado a vaga do representante de Abaetetuba. 'Não lembro que esse fato tenha acontecido', declarou o cartola. 'Acho que estão fazendo alguma confusão, pois que eu recorde nunca chegou à presidência da federação outra desistência além desta do Pinheirense, este ano', complementou. Nunes afirmou, ainda, que caso tivesse ocorrido alguma outra desistência a FPF teria utilizado o mesmo critério adotado no caso do Cametá.


'A federação utilizaria o ranking das competições que promove para preenchear a vaga do desistente', disse. Procurado para falar sobre o assunto, o diretor técnico da FPF, Paulo Romano disse que já houve um caso de desistência, mas que ele não sabia com exatidão o ano em que isso aconteceu. 'Só sei que o Abaeté desistiu de disputar a fase principal do campeonato e aí entrou o Vênus', contou. 'Mas isso, com toda a certeza, não ocorreu nos dois últimos anos', disse.


Romano ficou de checar o ano em que a desistência do Abaeté ocorreu, mas até o fechamento da edição não havia dado retorno na ligação. Na FPF ninguém também conseguiu lembrar da desistência do Abaeté. Como a entidade não dispõe de um arquivo e não há telefone para contato nas sedes dos clubes de Abaetetuba, ficou difícil uma informação segura sobre o assunto. De acordo com Nunes, a realização de uma nova disputa da primeira fase do Campeonato Paraense, como deseja a Tuna Luso, é praticamente inviável em função da falta de datas no calendário local. do ORM



O cartola admitiu, porém, que o TJD é quem decidirá pela exclusão ou não do Cametá. 'O caso está nas mãos da justiça. Ela é quem vai decidir. Vamos ter de aguardar para ver o desfecho do caso', afirmou Nunes, que voltou a afirmar que o Cametá não entrou no campeonado como convidado. 'Adotamos o critério técnico, baseado no ranking das competições promovidas pela federação', arrematou.

Somente o Presidente da Tuna, nao sabia disso, e olhe que ele e' advogado.


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