24 dezembro 2010

A imagem de um torcedor tunante, que vale mais que mil palavras




Numa análise fria, sem levar em conta delimitações geográficas, há uma nova ordem no futebol paraense. E a conotação é mais familiar à capital. Dos oito participantes do Campeonato temporada 2011, quatro são da Grande Belém: Paysandu, Remo, Tuna e Castanhal. Detalhe: a cidade de Castanhal fica distante pouco mais de uma hora via terrestre, então, foi incluída na análise.


A outra metade das equipes representam o interior: Águia de Marabá, São Raimundo de Santarém, Independente de Tucuruí e Cametá. Para ir a cada uma dessas regiões, excetuando-se Santarém, cujo acesso de ônibus ou carro é coisa de herói, toma-te horas de estrada. Chegar a Cametá, inclusive, é lidar com três balsas. Marabá e Tucuruí, no mínimo, por volta de seis horas ‘de chão’, como dizem. As viagens, entretanto, estarão mais escassas. A ascensão de Tuna e Castanhal interferiram num aspecto: a dupla Re-Pa vai pegar menos a estrada, vai se desgastar menos.


No plano teórico e considerando uma matemática simples, um título legítimo do interior será ainda mais difícil. Os mais credenciados voltam a ser: Águia e São Raimundo, nesta ordem de favoritismo. No entanto, não há favoritismo igual ao peso de Paysandu e Remo. Além de viajar menos, os titãs ainda terão uma tabela mais apropriada, com clássicos contra Tuna, realizados em Belém e, praticamente, de uma torcida só.


A tese do equilíbrio entre capital e interior também pode começar a desmembrar, mesmo que momentaneamente, outro mantra. Nos inúmeros e intermináveis mandatos do presidente da Federação Paraense de Futebol, Antônio Carlos Nunes, levantou-se a bandeira da necessidade de interiorização do futebol local. Mas não houve nexo em alguns casos.


Esqueça o projeto de desenvolver regiões mais desprestigiadas, como o assunto deve suscitar! E toma-te goela abaixo uma realidade, infelizmente, nacional: a de times emprestados a regiões, os famosos barrigas de aluguel. Em 2011, o Independente, sediado na Rodovia Augusto Montenegro, Conjunto Cohab Gl.I nº 293, Belém-Pará, de acordo com o próprio site da FPF, seguirá em Tucuruí. A volta da Tuna e do Castanhal, se prejudica a denominação de festa do interior, ao menos, ajuda a pôr os pingos nos is. (Diário do Pará)

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