24 dezembro 2010

Santa Rosa 1x2 Tuna Luso- Geovane marca aos 47 do segundo tempo e nos devolve ao estadual 2011

Por ora me encontro entre licores..saques..vinhos..ou seja um porre de felicidade!



Ele não apenas fez o gol da classificação da Tuna Luso Brasileira, na primeira fase do Parazão, como também colocou sua equipe na liderança do torneio. Contudo, pouca gente conhece o meia - com características de atacante - que fez o gol salvador da Tuna, aos 47min do segundo tempo, no jogo contra o Santa Rosa, na tarde de quarta-feira. Geovane do Rosário Barroso, 20, ou simplesmente Geovane, saiu do banco para entrar na lista de heróis da Lusa.

Geovane é um 'fominha' assumido. Segundo ele, se pudesse, treinaria de manhã e à tarde. Como boa parte dos brasileiros, o sonho de correr pelos gramados veio da infância. O nome lembra outro Geovane (esse com i no lugar do e), aquele que também passou pela Tuna e brilhou no Santos e na Seleção nos anos 1990. Mas o ídolo do Geovane do presente é outro: Kaká - atualmente no Real Madrid, da Espanha.
'Eu o admiro porque ele buscou muito os seus objetivos e, como todo jogador, quis jogar fora e conseguiu, depois de muito trabalho', justifica Geovane.

A distância de sua casa, no município de São Francisco do Pará, é um adversário difícil. Como a granja onde sua família mora fica a três horas de Belém, ele teve que morar no alojamento do Souza, e conviver com a saudade da família e da namorada. Depois de um mês sem vê-los, o jogador volta hoje para casa, onde vai passar as festas do final de ano.

Ele diz que sempre deixou claro aos seus pais sua vocação. 'Eu sempre dizia para eles: se eu pudesse jogar todo dia, eu jogaria', brinca o atleta, que mede 1,84 m de altura e pesa 74 kg. O jogador diz que divide seu coração entre Corinthians e Remo. E admite que, assim como muitos jogadores, sonha em jogar em um dos clubes que são sua paixão.


Dificuldades que parecem pequenas diante das que ele já conviveu. Em 2006, com 16 anos, treinava em uma escolinha em Igarapé Açu, cidade próxima à São Francisco quando fez um teste para integrar o Iraty, do interior paranaense. Após três meses de pouco sucesso, voltou para São Francisco, onde foi descoberto pelo Castanhal, em 2007.

'Era pra eu disputar a Copa São Paulo (em 2008), mas tive que trabalhar por dois meses em uma fazenda pra ajudar em casa, porque minha família passava por problemas financeiros. Meu pai também não tinha condições de me mandar para São Paulo', lamenta o atleta.

A sorte de Geovane começou a mudar em 2009, quando conheceu o técnico Flávio Goiano, que na época comandava o Castanhal. O Japiim acabou ficando de fora da fase principal do Parazão de 2010, mas o nome do meia não foi esquecido por Flávio. Para a alegria da torcida tunante.

Sentado no banco de reserva na partida decisiva, contra o Santa Rosa, em Mãe do Rio, Geovane entrou em campo, no lugar do volante Euller, quando passavam 10 minutos do segundo tempo. 'No banco, eu já comecei a pensar o que aconteceria se eu conseguisse fazer esse gol', afirma.

O gol foi como aquela cesta chorada do basquete que insiste em não cair. No momento em que a Tuna faria sua última tentativa, o zagueiro Cristovão recebeu a bola na grande área e tocou para Analdo. No calor da partida, faltava paciência para se pensar a jogada, e Analdo chutou. A bola explodiu na zaga do Santa Rosa e caiu açucarada nos pés do cruzmaltino de 20 anos. Em poucos segundos, lá estava Geovane, na marca do pênalti, e com a pelota nos pés. Mal sabia ele, que de seu chute sairia a classificação e até a liderança. 'Dei uma ajeitada na bola e coloquei no canto; desloquei o goleiro', narrou Geovane.

Com o apito final do árbitro da partida, que oficializou o retorno da Tuna, foi só comemoração. Depois de três anos da Águia do Souza ficar abatida na segunda divisão, ela está de volta. E com mais um Geovane deixando sua marca na cruz de malta.do Amazonia Jornal.



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