28 fevereiro 2011

O filósofo e escritor paraense Benedito Nunes, morre aos 81 anos

Pará perde o filósofo Benedito Nunes

Redação Portal ORM 

Faleceu, na manhã deste domingo (27), Benedito Nunes, professor, filósofo, crítico e ensaísta paraense de renome nacional. Segundo o prontuário  do Hispital Beneficente Portuguesa, Benedito foi internado às 20h na noite deste sábado (26), na unidade cardiológica do Hospital, e o falecimento aconteceu às 10h45 de hoje.
O corpo de Benedito Nunes será encaminhado para a Igreja de Santo Alexandre, onde será velado no final da tarde deste domingo. Nesta segunda-feira (28), haverá uma missa, de corpo presente, homenageando o filósofo na mesma igreja.
Paulo Chaves, secretário de cultura lamentou sobre a morte de Benedito. 'Estamos todos muito abalados com a perda do Benedito. Além da saudade do amigo, fica o exemplo do intelectual impecável, do ensaísta rigoroso e do professor generoso de tantas gerações. É uma perda enorme!', lamenta.



Histórico - Benedito José Viana da Nunes nasceu em 21 de novembro de 1929, em Belém, onde viveu até hoje. Em 1952, graduou-se na Faculdade de Direito do Pará e, entre 1949 e 1960, lecionou Filosofia e História. Foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia do estado, onde ensinou Ética e História da Filosofia, de 1954 a 1960. No ano seguinte, foi contratado pela Universidade Federal do Pará, para a qual elaborou o projeto de criação do Curso de Filosofia, inaugurado em 1975. Em 1998, Bendito Nunes recebeu o título de Professor Emérito da UFPA.
Benedito Nunes é especialista em analisar obras de escritores renomados, como Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa e Fernando Pessoa. O autor se intitula como um autodidata e eterno aprendiz, sempre em busca de novos olhares.


Entre suas obras: O Mundo de Clarice Lispector (1966); Poesia de Mário Faustino (1966); Farias Brito: Trovas Escolhidas (1967); O Dorso do Tigre (1969); Leitura de Clarice Lispector (1973); Oswald Canibal (1978); O Livro do Seminário (1983); Passagem para o Poético: Filosofia e Poesia em Heidegger (1986); O Tempo na Narrativa (1988); A Paixão Segundo GH/ Clarice Lispector (1988); O Drama da Linguagem: uma Leitura de Clarice Lispector (1989); O Crivo de Papel (1999) e Hermenêutica e Poesia — O Pensamento Poético (1999).

Em 2010, Benedito foi agraciado com o Prêmio Machado de Assis, oferecido pela Associação Brasileira de Letras (ABL), pelo conjunto de sua obra. O Prêmio Machado de Assis é o principal prêmio literário brasileiro, oferecido pela ABL. Ele é concedido, anualmente, desde 1941.

Em novembro do mesmo ano, a Universidade da Amazônia (Unama) realizou o 'Congresso Benedito Nunes - Pensador Brasileiro', em homenagem aos seus 80 anos. O paraense foi tema tema de discussões durante três dias de Congresso.

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