01 maio 2011

Quem tem Ganso e Neymar não morre pagão - por Antero Greco

Sei de muita gente que torce o nariz para Neymar e Ganso. O primeiro, porque é ‘mascarado e cai-cai’. O segundo, por não ter gratidão e forçar a barra para ir embora. Mas não se pode negar que ambos são bons de bola e desequilibram. A prova mais recente de como são importantes para o Santos veio na tarde deste sábado, ao serem fundamentais na vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo que garantiu vaga na final paulista.

A dupla abusou do repertório no segundo tempo, já que no primeiro houve uma bola na trave de Neymar (aos 2 minutos) e o Ganso mais recuado, na marcação. O primeiro golpe veio aos 15 minutos, com passe de Neymar para Ganso, que cruzou para Elano fazer o gol. A vantagem deixou o São Paulo grogue. Aos 27, Ganso serviu Neymar, que não teve como chutar e devolveu para Ganso, de esquerda, completar para o gol. O São Paulo foi às cordas e ficou à espera de o árbitro abrir contagem.

O Santos poderia chegar ao terceiro, por graça e obra da dupla, se Neymar não tivesse isolado passe precioso que recebeu de Ganso aos 41 minutos. Seria a pá de cal num São Paulo que jogou bem por uma hora, até cansar e desaparecer. Um time que, ao levar gols, desabou e mandou para escanteio seu poder de reação. Tanto que só teve uma chance, depois dos 2 a 0, com Fernando cabeceando para fora, aos 43. Nada além.

Ganso e Neymar apareceram bem demais, mas Muricy Ramalho teve sacada de mestre. No intervalo, decidiu tirar o atacante Zé Eduardo para colocar o zagueiro Bruno Aguiar. Uma troca apenas, mas que alterou o jogo. Os laterais Jonathan e Leo puderam descer mais, assim como Elano e Ganso se sentiram mais livres para avançar e encostar em Neymar. Daí para a frente, a história é conhecida….
E não é que, às vezes, treinador também ajuda a ganhar jogo? Ironia à parte, o Santos mudou da água para o vinho de um tempo para outro. Agora, aguarda rival na briga pelo título, enquanto viaja para o México, onde na terça enfrenta o América. Cansado, porém embalado. Como nos velhos tempos em que exibia sua arte mundo afora.

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